1. Para inicio de conversa

A habilidade de escrever de forma clara, coesa e persuasiva é essencial em diversos âmbitos da vida, seja na vida acadêmica, profissional ou pessoal. Desse modo, dominar os diferentes tipos de redação é como ser um artesão das palavras pois, com as ferramentas certas, você molda seus textos para alcançar diferentes objetivos, desde convencer até emocionar.

A redação, é um dos principais instrumentos de avaliação, pois permite aos examinadores avaliar a capacidade do candidato de organizar ideias, construir argumentos sólidos, utilizar a língua portuguesa de forma precisa e demonstrar domínio de diferentes gêneros textuais.

A seguir, exploraremos as características mais importantes das modalidades de texto mais cobradas em vestibulares e concursos.

2. Principais tipos de Redação

2.1 Texto Descritivo

O objetivo principal da descrição é criar uma imagem vívida na mente do leitor, utilizando palavras para detalhar as características de pessoas, lugares, objetos ou situações. Isso ocorre principalmente através do emprego de substantivos e adjetivos. Desse modo, vai além da simples apresentação de fatos, buscando envolver o leitor em uma experiência sensorial e emocional, por meio da criação de imagens mentais ricas e detalhadas.

A escolha dos adjetivos é um dos elementos mais importantes da descrição, pois é através deles que atribuímos características e qualidades, conferindo vivacidade e profundidade ao texto, mesmo quando a quantidade de palavras é limitada.

A forma como descrevemos algo pode variar bastante, dependendo do efeito que queremos causar. Diante disso, passemos a conhecer a descrição denotativa e a descrição conotativa.

2.1.1 Descrição Denotativa

A descrição denotativa é aquela que se limita a apresentar os fatos de forma objetiva e literal. Além disso, emprega-se o significado real das palavras, sem buscar interpretações subjetivas ou figuras de linguagem, apresentando-se como um retrato fiel da realidade, sem filtros ou embelezamentos.

Exemplo:

A moto era azul, com duas rodas e dois retrovisores. Tinha um pequeno amassado no tanque de combustível e o pneu traseiro era novinho.

2.1.2 Descrição Conotativa

A descrição conotativa, por sua vez, destaca-se pelo uso criativos das palavras, pois vai além dos fatos e busca transmitir as impressões e sentimentos do autor em relação ao que está sendo descrito. Desse modo, diferentemente da descrição denotativa, recorre-se ao uso das figuras de linguagem, metáforas e comparações para criar imagens mais vívidas e subjetivas.

Exemplo:

O carro vermelho, como um rubi cravado na paisagem, parecia rugir de impaciência, pronto para devorar a estrada. O arranhão na porta contava uma história de aventuras e desafios, enquanto o pneu desgastado era um lembrete de longas jornadas.

2.2 Texto Narrativo

Primeiramente, é importante salientar que a narração distingue-se da descrição por aquele se tratar de um texto dinâmico, uma vez que, conduz o leitor por uma sequencia de eventos. Nesse sentido, o texto narrativo tem como principal objetivo contar uma história, relatando episódios e acontecimentos. Além disso, frise-se que a história narrada pode ser real ou fictícia.

2.2.1 Elementos do texto narrativo

• Narrador: É quem conta a história. Pode ser em primeira pessoa (eu) ou terceira pessoa (ele/ela).
• Personagens: São os atores da história, com suas características, desejos e conflitos.
• Enredo: É a sequência de fatos que compõem a história, com um início, meio e fim.
• Tempo: É a dimensão temporal da narrativa, podendo ser cronológico ou não linear.
• Espaço: É o lugar onde a história se desenvolve.
• Conflitos: São os problemas que os personagens enfrentam e que impulsionam a narrativa.

2.2.2 Estrutura do Texto Narrativo

Via de regra, a estrutura básica de uma narrativa costuma seguir um padrão:

Situação Inicial

Inicialmente, são apresentados os principais personagens da história, com suas características e papéis. Em seguida, nota-se que os mesmo estão inseridos no cenário da trama onde é definido o tempo e o lugar onde tudo acontece. Neste ambiente ocorre a chamada “situação inicial” que é o ponto de partida da narrativa.

Desenvolvimento

Nessa parte da narrativa, através das ações dos personagens, são introduzidos os problemas ou desafios que os personagens enfrentam, gerando tensão e interesse no leitor. Desse modo, buscando resolver o conflito, desencadeiam uma série de acontecimentos. Por fim, novas dificuldades podem surgir, intensificando o conflito despertando o interesse do leitor.

Clímax

O clímax é o ponto de maior tensão da narrativa, ou seja, é o momento de maior intensidade, onde o conflito atinge seu ápice. Diante disso, os personagens devem tomar decisões cruciais que irão determinar o desenrolar da história.

Desfecho

Finalmente, os conflitos são resolvidos, e a história encontra um final, que pode ser feliz, trágico ou aberto. Nesse ponto, é importante ressaltar que o desfecho surpreendente é um dos fatores determinantes para o sucesso da narrativa. Em seguida, na conclusão da história revelam-se as consequências das ações dos personagens e a chamada “moral da história”.

2.2.3 Formas de Narrar

A escolha do narrador influencia profundamente a forma como percebemos a história e os personagens.

Narrador personagem

Nessa modalidade, o narrador participa do enredo, ou seja, é um dos personagens da história que narra os acontecimentos em primeira pessoa (eu, nós).

Narrador observador

É uma figura externa à história, intermediando o acontecimento e o leitor. Nesse sentido, os acontecimentos são narrados em terceira pessoa (ele, ela, eles).

Narrador onisciente

É uma figura onipresente que sabe tudo sobre a história, inclusive os pensamentos dos personagens e o mundo em que eles vivem. Por isso, é capaz de conhecer suas ações antecipadamente.

2.2.4 Tipos de Discurso

Discurso Direto

Nesta modalidade de discurso, reproduz-se fielmente as palavras de um personagem, como se ele estivesse falando diretamente ao leitor. Desse modo, uma característica marcante é a presença de dois pontos (:) e travessões (-).

Exemplo:

• Bernardo respondeu: – não quero ir ao hospital

Discurso Indireto

Nesse caso, o autor transmite as palavras de um personagem indiretamente, ou seja, o narrador as transmite com suas próprias palavras.

Exemplo:

• Bernardo disse que não queria ir ao hospital.

Discurso Indireto Livre

O discurso indireto livre é uma mistura entre o discurso direto e o indireto, criando um efeito mais natural e espontâneo. Desse modo, narrador e personagem parecem ser uma só pessoa.

2.3 Texto Dissertativo

O texto dissertativo é um gênero textual que tem como principal objetivo expor ideias, informações e opiniões em torno de uma situação problema, de forma clara, organizada e objetiva. Por isso, ele busca convencer o leitor a adotar um determinado ponto de vista ou, simplesmente, apresentar um assunto de maneira aprofundada.

Características do Texto Dissertativo:

• Objetivo: Transmitir informações, explicar conceitos, defender uma tese ou argumentar sobre um tema.
• Estrutura: Geralmente dividido em introdução, desenvolvimento e conclusão.
• Linguagem: Clara, objetiva, formal e precisa.
• Argumentação: Apresenta argumentos consistentes e evidências para sustentar a tese.
• Coerência e coesão: As ideias são apresentadas de forma lógica e interligadas por conectivos.

Outro ponto de suma importância ao tratar por escrito acerca de uma tema diz respeito à objetividade e subjetividade empregados no texto. Portanto, passemos a conhecer melhor cada uma dessas formas.

A forma objetiva ocorre a partir da apresentação de fatos, dados e argumentos de forma clara e concisa, sem interferência de opiniões pessoais, é fundamental para a credibilidade do texto. No entanto, a total ausência de subjetividade pode prejudicar o interesse do leitor.

Por sua vez, no texto subjetivo predomina o interesse e a visão do autor acerca do tema. Desse modo, a subjetividade é essencial para alcançar o interesse e a simpatia do leitor. Portanto, a escolha de determinadas palavras e expressões pode revelar uma carga emocional ou um julgamento de valor.